sábado, 5 de dezembro de 2015

A falácia da desigualdade

A desigualdade entre os seres humanos decorre da própria natureza, que faz uns mais aptos, outros menos; uns mais fortes outros mais fracos; uns mais previdentes, outros menos. Os mais aptos e fortes conseguem mais recursos para a sua sobrevivênca ou os consegue com mais facilidade; ao passo que os menos aptos e mais fracos tem enorme dificuldades de ganhar o pão de cada dia, quando conseguem. Por outro lado os mais previdentes buscam se preparar para as incertezas do futuro, guardando parte do que conseguem no dia a dia, ao passo que outros menos previdentes acreditam que sempre poderão conseguir o que precisam e não se preocpam em poupar.
Tudo isso é da natureza do ser humano e funciona igualmente na sociedade mais primitiva, vivendo em estado selvagem e na mais moderna sociedade do século XXI. A desigualdade é, portanto, o nosso estado natural, daí ser bastante surpreendente que a grita contra a desigualdade seja tão difundida e defendida no mundo há tanto tempo.
Os mais aptos, fortes e previdentes produzem mais do que precisam para a sua sobrevivência e acumulam o excedente. Este acúmulo é o que se chama riqueza. Numa sociedade saudável, onde haja muitos destes aptos, fortes e previdentes a acumulação de riqueza se torna muito grande e acaba por beneficiar a todos, mesmos os mais fracos e inaptos.
A riqueza acumulada numa sociedade acaba por beneficiar a todos os cidadãos porque ela se movimenta. A riqueza acumulada e imobilizada não traz nenhum benefício ao seu portador. Ela só o beneficia à medida em que é transformada em conforto, prazer, bem estar, enfim, à medida em que se transforma numa casa melhor, num automóvel melhor, em mais roupas, mais viagens, mais diversão, num iate, num jatinho. Tudo isso é riqueza em movimento, dinheiro trocando de mãos, gerando empregos e renda, gerando tributos para financiar o estado e suas políticas públicas, inclusive de proteção aos mais fracos e necessitados.
Deste modo, é graças aos que se esforçam bastante, aos que poupam e aos que empreendem é que as sociedades se enriquecem. Eles, então, devem ter seus caminhos desimpedidos e facilitados porque são benfeitores da coletividade.
Então esta fixação na desigualdade, nos remete muito mais ao pecado da inveja do que a uma  suposta virtude e sentimento de equidade. O clamor contra a desigualdade soa como um grito de incapazes e preguiçosos que se incomodam em ver outros muito mais esforçados e competentes colhendo os benefícios por seus esforços e preferem ver todos nivelados, ainda que nivelados por baixo. Sim, por baixo, porque os mais capazes e esforçados pararão imediatamente de acumular riquezas ao perceberem que os benefícios de seus esforços serão socializados em nome da igualdade. O passo seguinte desta sociedade será ter todos nivelados na lama da mediocridade, porém com altíssimo nível de igualdade, pelo menos do ponto de vista econômico.
Muito melhor é crer numa democracia com economia liberal e uma sociedade com forte compromisso de solidariedade, onde não se fale em igualdade, mas em piso social. O piso social seria um mínimo, pactuado democraticamente pelos representantes do povo, abaixo do qual nenhum cidadão seria deixado, ainda que totalmente inapto e em nada contribua para o benefício da coletividade.Obviamente este piso vai subindo à medida em que a sociedade vai enriquecendo, graças ao dinamismo de sua economia.