segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Vácuo de poder - Democracia em risco 3

Uma pesquisa mais aprofundada é necessária para explicar na totalidade a penúria moral e o desprestígio do nosso Parlamento Federal, mas as esquerdas e a nossa elite cultural certamente respondem pelo grosso da situação. Como? Explico já:
A esquerda jamais conseguiu eleger maioria no Congresso Nacional, de modo que ela só consegue aprovar projetos importantes, que exijam maioria qualificada, se compondo com outras forças políticas, o que acaba por forçar a atenuação de suas propostas. Ela frequentemente consegue impor suas ideias ou torná-las mais palatáveis usando o apoio maciço de chamada intelligentsia (majoritariamente esquerdista) para ganhar a opinião pública - é frequente vermos grupos de artistas assinando manifestos progressistas, jornalistas demonizando grupos de parlamentares, descolados defendendo o aborto e a descriminalização das drogas, contra o aprisionamento de criminosos, de modo que o cidadão que tem ideias genuinamente conservadoras é levado a se crer um tosco atrasado, já que tanta gente "bacana" pensa o oposto dele - ou pelo menos constrangê-la a se calar.
Outro fator de desprestígio e desmoralização do Parlamento é um certo déficit democrático de nossos parlamentares. É comum deputados ou senadores, muito especialmente de esquerda, se insurgirem contra derrotas no voto e apelarem para o Judiciário contra as decisões democráticas do Congresso, o que no futebol seria chamado de tapetão. Os Conselhos de Ética deveriam por um fim na farra, afinal um parlamentar incapaz de aceitar a decisão da maioria é indigno de fazer parte do Parlamento. 
Como inexiste vácuo de poder, ao enfraquecimento do Legislativo e do Executivo (atualmente demonizado por boia parte da cultural do país) se alevantam as ambições de juízes, procuradores, policiais e outros oportunistas, capazes de ganhar com a desordem e a desesperança do país.

domingo, 19 de novembro de 2017

Vácuo de poder - Democracia em risco 2

Então, vindo do contexto descrito no post anterior, temos no cenário político atual, amplos setores do MPF, da PF e do Judiciário, resolveram lançar-se numa verdadeira cruzada moralista, com uso intensivo do abuso de autoridade, através de prisões decretadas ao arrepio da lei ou do alargamento forçado dos limites do Código Penal, “vazamentos” para a imprensa de nomes de pessoas e empresas, sob acusações cabeludas, em inquéritos ainda em investigação, dentre ouros. Tudo isso possibilitado por um lado pelo histórico de práticas de corrupção e desvios no mundo político como pano de fundo e por outro, contando com o apoio entusiasmado de boa parte da elite cultural para conquistar o apoio da opinião pública.
A sucessão de escândalos fragilizou sobremaneira a representação política e os burocratas tentam avançar cada dia mais, tomando para si fatias cada vez maiores de poder. Já não se contentam apenas com os privilégios indecentes de verdadeira aristocracia arrogante vivendo à custa do povo, como toda aristocracia, querem tomar o poder político.

A cidadania brasileira tem que perceber que sua elite cultural a despreza e sua burocracia pública vive para si mesma e é insaciável. Só a cidadania pode se defender, se for capaz de entender o que se passa e tomar de volta para si o poder político que tentam usurpar-lhe. 

Vácuo de poder - Democracia em risco 1

Neste final de 2017, observando a cena política brasileira em sentido amplo, que envolve todo o sistema de poder político, vemos um quadro extremamente deteriorado e perigoso para o futuro da nossa democracia.
Enquanto encontramos os poderes Legislativo e Executivo encurralados, apanhando intensamente de todos os lados, vemos amplos setores do poder judiciário, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal a ocupar cada vez mais o espaço de poder deixado pelos políticos eleitos, os únicos que tem legitimidade para falar em nome do povo. O que acontece?
Algumas variáveis se combinaram para nos trazer ao atual estado de coisas. Primeiramente foi a ascensão do pensamento de esquerda ao centro do poder político, com a eleição de Lula e a manutenção do PT no poder por três mandatos presidenciais e meio. Nesse período, além da administração desastrada, que conduziu o país ao caos na Economia, a esquerda acabou por atingir a elite da Burocracia pública, com as nomeações de esquerdistas para os tribunais superiores, para a chefia do MPF, da PF e demais posições importantes da administração federal.
Assim, finalmente tivemos a ascensão, após uma longa e silenciosa caminhada que remonta aos anos 60 do século passado, do pensamento de esquerda, que é essencialmente autoritário e propenso a atropelar os freios e contrapesos do Estado Democrático de Direito, ao topo das elites no serviço público, no jornalismo, nas artes, enfim, na intelligentsia brasileira.
Ocorre que o grosso da população brasileira, as chamadas classes populares, é conservadora e instintiva e vagamente adepta aos valores da tradição judaico-cristã, especialmente nos costumes. Isso nos leva a ter uma sociedade dividida. De um lado temos uma elite numericamente minoritária, mas muito influente no dia a dia da vida do país, e do outro lado a grande massa da população, inexpressiva e pouco influente na imprensa e nos espetáculos, mas invencível nas urnas.

Desse modo a nossa representação política reflete, apesar de todo desgosto da nossa elite cultural, uma forte tendência conservadora, refletindo mais ou menos o perfil da média da cidadania brasileira. Aí nossa “elite cultural” - que sonha com uma sociedade comandada por gente como Marina Silva, Marcelo Freixo, Jean Wyllys, Luciana Genro, Randolfe Rodrigues, Alessandro Molon, etc, etc -, sentindo-se muito superior ao resto da população e muito capaz de decidir os destinos da nação, se revolta com o voto do povo e começa a escarnecer, desqualificar, caluniar e rotular os representantes eleitos fora do campo das esquerdas. Se o político tem alguma ligação com o agronegócio, só pode ser um escravista, desmatador, grileiro, resumindo: bancada ruralista, sinônimo de atraso e exploração do trabalhador e do meio ambiente; se tem alguma posição forte no campo da segurança pública, só pode ser pelo “genocídio” de pretos pobres nas periferias, pela violência policial, ou seja: bancada da bala; rejeitar o aborto, a liberação das drogas, dentre outras bandeiras dos descolados, só pode ser para a gente esquisita da bancada da Bíblia.

domingo, 12 de novembro de 2017

Eleição presidencial de 2018 - Exercício Mãe Dinah

Este exercício servirá para avaliar daqui a um ano o grau de clareza com que estou vendo o cenário político hoje.
Rodrigo Janot e cia conseguiram jogar a elite política do país na vala comum onde deveriam estar o PT e seus parceiros, que governaram o país sem alternância por três mandatos e meio. Ao tratar o caixa dois de campanha, uma velha e lamentável prática de nosso mundo político - mas de impacto muito menor na vida institucional do país -, com a roubalheira generalizada na Petrobrás e outras estatais, introduzida e administrada para a perpetuação do PT no poder, Janot e seus apoiadores conseguiram nivelar todo mundo por baixo.
Assim, hoje, a um ano das eleições de 2018, o cenário está bem esfumaçado, dá para ver alguns vultos se movendo na névoa densa, mas não se pode ainda reconhecê-las nem dizer a direção que seguem.
As pesquisas publicadas recentemente mostram que Lula seria eleito, se a eleição fosse hoje. Mesmo considerando-se que ele muito provavelmente estará inelegível na ocasião, parece que ele seria um eleitor importante, com seu substituto tendo grande chance de ir ao segundo turno. Assim o campo de Centro para esquerda tende a estar fechado com Lula, mesmo considerando a existência de alguma candidatura adicional, de potencial eleitoral muito menor.
Quando tentamos divisar alguma coisa do centro para a direita é que vemos a confusão, a desordem, a covardia, o oportunismo e a cegueira política.
O PMDB, partido gigante e historicamente diverso em sua composição ideológica, comportando desde esquerdistas empedernidos a liberais puro sangue, comporta também gente das práticas políticas e éticas mais diversas. Esse partido, embora tenha sido desde sempre e especialmente durante os governos petistas, um esteio da democracia (preciso explicar isso melhor em outra ocasião), é visto pela nossa intelligentsia (dominada pela esquerda de butique) como o celeiro de todos os males de nossa política. Nunca conseguiu emplacar um candidato forte. como será na próxima eleição?
O PSDB se deixou destruir passivamente. A desunião, a covardia pusilânime e o oportunismo afloraram muito rapidamente quando começou a levar os primeiros tiros da guerrilha pseudo-moralizante do PGR e o partido, que foi o maior vitorioso nas últimas eleições municipais, de forma revoltante se deixou cair no mais absoluto caos. Hoje o PSDB parece incapaz de se apresentar como alternativa viável de poder.
O resto das legendas do espectro centro-direita poderá aparecer unificado em torno de algum nome forte que surja ou fragmentado em duas ou mais candidaturas.
O que temos hoje? Bolsonaro, Alckmin, Meirelles, Huck. Esses são os nomes que circulam atualmente. Algum deles será viável? A ver, mas não creio em nenhum. A menos que Alckmin consiga o milagre de unificar seu partido.
Um político a quem pouca gente parece estar prestando atenção é Michel Temer. Ele resistiu bravamente às tentativas de deposição e certamente ganhou o respeito de muitos. Mostrou uma competência política extraordinária.Tem feito reformas importantes e os resultados começam a surgir na Economia. Todas as previsões mostram um bom crescimento econômico no próximo ano. Economia aquecida se traduz em votos a quem está no poder. Eu não o descarto como candidato forte, dependendo de quanto ele consiga reverter de sua impopularidade e do grau de confusão entre os outros concorrentes.
Temer pode ainda ser o grande articulador de uma candidatura de centro-direita. O PSDB, como partido, já praticamente se retirou da possibilidade dessa aliança com o presidente, que seria muito natural, mas não acho de todo improvável que haja uma revoada de tucanos de volta ao velho lar. Muitos líderes históricos do partido tem sido tratados a chutes e pontapés pelos cabeças pretas e ocas.
A minha aposta, então, é que a candidatura mais forte para enfrentar Lula será a de Temer ou apoiada por ele. Vamos ver.

domingo, 6 de agosto de 2017

Indivíduo x Massa

O Brasil está cheio de aventureiros e oportunistas buscando manipular as massas para o atingimento de seus propósitos muito egoístas e mesquinhos. Isso se dá porque pressentem a oportunidade, dada pela conjuntura atual, de atropelar a democracia e pegar atalhos para a tomada do Poder Central, desde que consigam arrastar milhões às ruas exigindo antecipação de eleições, convocação de Assembleia Constituinte e outras feitiçarias autoritárias.
Indivíduo e manipulação de massas. Do que estamos a falar? Vejamos:
A pessoa nasce, cresce, se realiza e termina a vida como indivíduo. É nessa dimensão da vida que alguém entrará para a Historia, ou não; Deixará um nome respeitado num ofício, ou não; Viverá uma vida plena ou desperdiçará a sua passagem por este planeta. Cada indivíduo é, em si mesmo, um universo complexo, com seu modo de ver o mundo, suas sensibilidades, suas habilidades e suas vontades.
O processo democrático lida com os cidadãos qualificados como eleitores. Cada eleitor é um indivíduo e deve ser convencido e conquistado pelas ideias para as quais se quer pedir seu apoio.A democracia, pois, por essa necessidade de conquistar o apoio de cada indivíduo até conseguir formar as maiorias necessárias tanto para eleger um vereador ou um prefeito, um deputado estadual ou um federal, um governador ou um senador, até chegar à eleição do presidente da República, tende a ser moderada, sem radicalismos, porque tende a refletir o temperamento e as escolhas da média dos eleitores. Então numa democracia é lícito esperar mudanças graduais e, às vezes, muito lentas. O que é muito frustrante para os espíritos mais inquietos e impacientes.
Outra dimensão da vida das pessoas se dá quando alguém passa a ser uma célula ou uma molécula na composição de uma massa ou turba. Quando a pessoa está numa massa ou turba, o indivíduo tende a se anular e a pessoa passa a sentir e a agir em sintonia com a turba.
A turba é um estado necessariamente temporário, porque requer o encobrimento parcial da personalidade do indivíduo. O termo massa aqui é usado no sentido que lhe deu Gustave Le Bon, no livro Psicologia das Multidões. Por definição a turba é avessa a complexidades e análises. A turba não pensa, age. Ela não espera, age. Ela não pondera, age.
A turba se forma rapidamente, quando uma multidão se galvaniza em torno de uma ideia, de um chamamento ou de um slogan. Depois de formada ela dificilmente pode ser detida e se torna extremamente perigosa e imprevisível, sendo capaz de violências inimagináveis.
Uma turba de umas poucas dezenas de pessoas pode se formar rapidamente e promover um linchamento numa feira livre ao ouvir um grito de - pega ladrão!, por exemplo, ou promover um quebra-quebra num jogo de futebol. Uma multidão de centenas de milhares ou milhões, pode depor um governo e mudar radicalmente os rumos de uma nação.
É com esse espírito indomável das massas que os aventureiros esperam contar para tomar o poder, já que pela via eleitoral dificilmente o conquistarão.

sábado, 5 de agosto de 2017

SIGNIFICADO DO TERMO; SOCIALISMO E COMUNISMO

No verbete Socialismo no Dicionário de Política de Norberto Bobbio, temos a seguinte definição:"Em geral, o Socialismo tem sido historicamente definido como programa político das classes trabalhadoras que se foram formando durante a Revolução Industrial. A base comum das múltiplas variantes do Socialismo pode ser identificada na transformação substancial do ordenamento jurídico e econômico fundado na propriedade privada dos meios de produção e troca, numa organização social na qual: a) o direito de propriedade seja fortemente limitado; b) os principais recursos econômicos estejam sob o controle das classes trabalhadoras; c) a sua gestão tenha por objetivo promover a igualdade social (e não somente jurídica ou política), através da intervenção dos poderes públicos. O termo e o conceito de Socialismo andam unidos desde a origem com os de COMUNISMO (V.)..."

Meu comentário: os esquerdistas normalmente disfarçam seu discurso aparentemente adotando valores democráticos, mas são, por definição, anti-democráticos. Vejam no verbete acima, limitações ao direito de propriedade, recursos econômicos sob controle das classes trabalhadoras (leia-se sindicatos e outras "organizações sociais") e IGUALDADE SOCIAL imposta pelos poderes públicos.

As pessoas são diversas em inteligência, ambições, desejos e capacidade de realização, mas o Socialismo vê a igualdade como um valor fundamental, superior à liberdade individual. Para fazer valer os seus valores fundamentais, precisa construir uma sociedade centrada no Estado, que DECIDIRÁ os aspectos principais da vida das pessoas e dos valores daquela sociedade.

A livre iniciativa, a meritocracia, a possibilidade de alguém, por seu próprio esforço, alcançar o topo no que se proponha, seja nos negócios, nas ciências ou em qualquer outra dimensão da vida humana, estará sujeita à conveniência do Estado.

Essa é a razão porque nenhum regime genuinamente socialista jamais foi ou será democrático. Em qualquer sociedade há muitas pessoas que querem viver a vida por sua própria conta e não aceitam ser direcionadas pelo Estado. Essas pessoas só podem ser contidas pela força. E os socialistas usam a força sem cerimônia contra seus próprios cidadãos, vejam os exemplos históricos das execuções, dos campos de trabalhos forçados e dos presos políticos.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Seria o parlamentarismo a vacina anti-esquerdas?

O assunto Reforma política tem sido debatido há trempos no Brasil e, recentemente, com a extinção do financiamento empresarial de campanhas, decidida pelo STF, e a aproximação das eleições gerais de 2018, a discussão ganhou uma pitada do tempero da urgência, já que não há atualmente uma fonte alternativa para a grande quantidade de dinheiro demandada por uma jornada eleitoral nacional nos moldes atuais.
Os temas tidos como relevantes no debate são de caráter tanto operacional quanto estrutural. De caráter operacional temos principalmente a discussão em torno do modelo das campanhas e fontes de financiamento. A estrutura do sistema envolve temas como cláusula de barreira, coligações eleitorais e a escolha do regime de governo, se continuamos no presidencialismo, que tanta instabilidade tem trazido, ou migramos para o parlamentarismo.
Alega-se que o parlamentarismo torna os rearranjos e reacomodações do poder político muito mais suaves que o presidencialismo, o que é verdade. Por outro lado, o que tem sido pouco comentado ou percebido é a consequência prática de assumirmos o parlamentarismo.
Pelo histórico de votações para o Legislativo, o campo das esquerdas (incluindo aí o PSDB) ) tem ficado com pouco mais de um terço da representação na Câmara dos Deputados, de modo que estão muito longe de alcançar a maioria. Já todo o arco ideológico que exclui as esquerdas, que chamaremos aqui de Centro-direita e inclui PMDB, PP, PR,PSD, DEM, PRB e outras siglas menores, fica com cerca de 60% das cadeiras.
Bom, como sabemos e sentimos na pele, embora represente apenas cerca de um terço do eleitorado, as esquerdas conseguiram eleger os quatro últimos pleitos presidenciais no Brasil.
Então a questão que se alevanta é a seguinte: sem a possibilidade de eleger o chefe de governo numa eleição majoritária (foram todas em segundo turno, quando necessariamente há um confronto direto e binário) como tem ocorrido nas últimas quatro eleições, a única chance da Esquerda algum dia voltar ao poder seria contando com uma divisão profunda no bloco Centro-direitista, para poder formar uma coligação política extraordinariamente ampla e improvável.
Será que a aprovação de um regime parlamentarista representaria a vedação permanente do acesso das esquerdas ao comando do poder Executivo?

sábado, 15 de julho de 2017

O fator Rede Globo

 “Vamos enfrentar a denúncia não só pelo Michel, mas pela política”. (Fábio Ramalho (PMDB-MG) na Folha de São Paulo).
A adesão das Organizações Globo à estratégia de destituição do Presidente da República parece ter tido o efeito exatamente contrário ao pretendido. Os políticos que estavam acovardados observando quietos a sucessão de absurdos perpetrados pelo PGR e companhia no episódio das gravações do Joesley, parecem ter finalmente acordado.
Ora, há tempos ficou claro que as investigações iniciadas pela Lava-jato em Curitiba, quando transferidas para Brasília, por envolverem políticos com Foro Especial por Prerrogativa de Função, ganhavam um a nova dinâmica direcionada por outra lógica, a do PGR. Os processos de Brasília se caracterizam por caírem no esquecimento quando tratam de certos políticos e por tramitarem à velocidade da luz quando tratam de outros. A coisa se dá de tal forma que o partido que governou o país durante todo o período do Petrolão quase não é mencionado mais, enquanto outros, incluindo o seu maior opositor, comem o pão que o diabo amassou. Tudo isso com o apoio entusiasmado de parte importante da imprensa.
Ficava cada vez mais claro também que alguns procuradores, delegados e juízes resolveram tomar para si, autorizados ou eleitos por ninguém, a missão de destruir a política e a classe política, sem que nunca soubéssemos com o que  iriam substituí-la. E esse projeto andou, muitos políticos estão aparentemente com suas carreiras definitivamente destruídas, mas a entrada da Globo em cena, com sede de sangue, desagradou intensamente boa parte da sociedade e parece ter despertado algum brio no nosso Poder Legislativo na semana que passou, permitindo algumas vitórias significativas ao governo.
Que assim seja. Somos mais de 200 milhões de brasileiros, na dá para aceitar que as Organizações Globo ainda se achem capazes de derrubar Presidentes. 

Empregados concursados e abuso de autoridade

Outro dia escrevi sobre uns "tais concursados" num texto e recebi um fedback reclamando do meu suposto preconceito contra os servidores públicos e afirmando que o concurso é a melhor forma de aceso ao emprego público.
Bom, é minha responsabilidade me esforçar para que meus textos sejam claros e levem ao leitor o mais precisamente possível as mensagens que quero transmitir.
Então vamos esclarecer: sim, o concurso público é a forma mais, digamos assim, republicana, de acesso ao emprego público, embora tenha problemas que não nos cabe discutir aqui e agora. Como precisamos de servidores públicos, que sejam concursados. E eles tem todo meu respeito.
A minha repulsa intensa é com os empregados públicos que extrapolam as funções legalmente descritas e delimitadas dos seus cargos e resolvem, abusando de sua autoridade, fazer política.
Muitas funções atribuídas ao Estado só podem ser efetivadas dando poder aos agentes públicos encarregados de sua execução. Assim, não adianta dizer que determinada conduta pode implicar a prisão de quem for flagrado no ato de a praticar, se não for dado ao policial o poder de o prender. Então, a policiais, fiscais, juízes, promotores, dentre outros servidores, são atribuídos legalmente pela sociedade através de seus legisladores, o poder necessário para o exercício regular de suas funções. Para nada mais.
Quando algum servidor abusa da confiaça da sociedade e passa usar a autoridade que lhe foi dada para outras finalidades, comete abuso de autoridade. É uma atitude extremamente desleal com a sociedade como um todo e perigosa para as instituições.
O que temos visto no Brasil nos últimos tempos? Empregados concursados, com seus empregos vitalícios das carreiras mais privilegiadas em termos de salários, benefícios e poder legal, ora "colocando a faca no pescoço" dos governos em defesa de seus privilégios (vide episódio da paralização da emissão de passaportes), ora se arrogando os legítimos DEFENSORES do povo, em cruzadas contra a corrupção que produzem muito barulho e pouco resultado (vide Sergio Machado e Joesley Batista).
Nossos políticos estão com a popularidade no chão e eles certamente fizeram por merecer, mas nós votamos neles. Eles nos devem seus cargos e nós podemos demiti-los negando-lhes o voto. Por essa razão só os políticos podem ter e exercer o poder político, porque nós lhes demos essa representação através do voto.
Está passada a hora dos nossos concursados abusados (me refiro só a esses) refluirem para seus "quadrados" intitucionais  ou abandonarem o serviço público e passarem a disputar eleições pra se tornarem legítimos representantes do povo.

domingo, 9 de julho de 2017

A esquerda no poder e os "servidores" autoritários

No início dos anos 60 a Esquerda brasileira teve seus sonhos revolucionários frustrados pelo golpe de Estado que instalou uma ditadura militar que durou 21 anos. Após a redemocratização ela levou quase outro tanto para conseguir organizar um discurso capaz de levá-la a conquistar nas urnas o tão ansiado poder.
As quatro décadas entre os anos 60 e o início do século 21, porém, não lhes foram inúteis. O fato da ditadura que lhe bloqueou o caminho ter sido muito desastrada e ter terminado melancolicamente, com acúmulo de carências sociais e econômicas, lhes deu muita credibilidade, por contraste. Ela passou, então, todo esse tempo fermentando no seio da sociedade e se alastrando metasticamente por órgãos vitais como universidades, imprensa, teatro e artes em geral, e carreiras públicas, nesse caso, em especial, muito coerentemente, dada sua visão do Estado como centro da vida social.
Então, quando finalmente ascenderam ao poder, as esquerdas estavam muito bem posicionadas na estrutura pública e em algumas elites, mas não no tecido social como um todo.
Suas tentativas de implodir a democracia por dentro, que começaram assim que Lulla assumiu a cadeira presidencial, sempre deram com os burros n'água porque as mudanças profundas nos direitos fundamentais, necessárias para implementarem definitivamente seu governo de caráter totalitário, requeriam maioria qualificada no Congresso, porque implicavam mudanças na Contituição.
Aprovar uma emenda à Constituição brasileira requer uma maioria de 3/5 dos votos TOTAIS da Câmara dos Deputados e do Senado, em duas votações em cada casa. Não é tão fácil, portanto. Ocorre que as Esquerdas conquistaram o poder mas nunca chegaram nem perto de ELEGER a famosa maioria qualificada.
O que fizeram então? Primeiro com o Mensalão e depois com o Petrolão, passaram a COMPRAR o apoio de que precisavam para aprovar suas propostas. E conseguiram aprovar muitas PEC, mas um Partido, especialmente, que possui profunda representatividade na base da sociedade, sempre resistiu a aprovar as propostas mais autoritárias, como restrições á liberdade de expressão, por exemplo, que visavam a amordaçar a imprensa. Esse partido, não por acaso tratado como a GENI da política brasileira por aquelas elites mencionadas acima, por puro ressentimento, é o PMD,B. Se você se surpreeder e escandalizar muito com essa minha afirmação, por favor, antes de protestar violentamente, gaste 5 minutos no Google e confira que partido deu mais votos contrários às propostas mais autoritárias que a esquerda tentou passar no Congresso desde 2003.
Como o caminho parlamentar não funcionou, agora surgem os esquerdistas CONCURSADOS para carregar a bandeira da revolução. Uma geração de juízes, promotores e delegados, frutos daquela fermentação mencionadas acima, com o uso ABUSIVO da imensa autoridade que seus cargos lhes dá, contando com o apoio entusiasmado dos outros esquesdistas escastelados estrategicamente nos meios de comunicação, nas artes, nas universidades e outros importantes postos de influenciação da Opinião Pública, partiram para a destruição da Política e tomada do poder. Acorda Brasil!

sábado, 1 de julho de 2017

Lava-jato: a origem e os fins

Em 2004 Sergio Moro escreveu um artigo sobre a Operação Mão Limpas, na Itália, você pode acessá-lo clicando aqui. Lá está descrita, de forma bastante precisa, a estratégia da Operação Lava-jato.
A prisão antes do julgamento como elemento de pressão a forçar o criminoso do colarinho branco a buscar meios de atenuar sua pena, como a confissão e a delação premiada. A busca do apoio da opinião pública através dos vazamentos para a imprensa, a deslegitiização dos políticos eleitos, a legitimizção dos funcionários concursados (juizes e promotores) através do apoio direto da população.
Lendo o artigo parece que tudo faz sentido e que está descoberto o caminho para finalmente começarmos a combater para valer os crimes dos bacanas, os crimes do colarinho branco.
Doce ilusão. Quano ficou claro que as expansões interpretativas (abusos, na verdade) necessárias para fazer aquelas prisões preventivas sem as quais as delações premiadas nunca ocorreriam poderiam ser usadas sem grandes solavancos nos meios legais ou sociais, uma vez que havia grande apoio da imprensa e de grupos radicalizados nas redes sociais, não tardou para que uma Operação inicialmente voltada ao cambate à corrupção se tornasse uma Operação voltada para a destruição da Democracia e tomada do poder por uma casta de  concursados.
A classe política que sobreviveu aos ataques  está visivelmente acovardada e acuada. A reação mais visível e enérgica no momento está na Presidência da República e no STF, onde uma minoria mínima parece ter se insurgido de forma definitiva para barrar a barbárie.
A ver os desdobramentos nas próximas semanas.

Radical: quando o remédio envenena

Num post anterior eu argumentei que o radical é um elemento necessário na política. É isso mesmo, mas normalmente os radicais são minoritários e, embora consigam fazer suas pautas aparecerem e influenciar no avanço das sociedades, eles tem muito pouco poder, do ponto de vista governamental.
Ocorre que às vezes, sob condições de crises severas, com o advento de algum líder excepcionalmente carismático e bom de comunicação, uma facção radical acaba por tomar o poder político.
Não tem erro. Toda vez que isso acontece milhares ou milhões perdem as vidas. O radical quer impor suas ideias, quem não aceita é sabotador, é traidor, é insuportável.
Po isso toda sociedade saudável tem que saber reconhecer seus radicias, garantir e delimitar seu espaço de atuação e tomar as medidas necessárias para vedar terminantemente seu acesso ao poder político central.

Radical: um elemento necessário numa sociedade saudável

A Política é a maneira que a humanidade encontrou para viabilizar o convivio das pessoas em comunidade, sem a necessidade de cada um carregar consigo uma borduna ou um tacape ou uma espada, para resolver as disputas que surgem no dia a dia.
A política, no sentido de governo, é praticada por pessoas hábeis na arte da negociação, na aparação de arestas e cantos vivos nas relações sociais, de modo a fazer o convivio das pessoas no mesmo espaço possível.
Ocorre que a habilidade política e a predisposição a evitar conflitos, no extremo, tende a ser uma coisa demasiadamenge avessa à contestação e ao confronto. Ainda que às vezes isso seja necessário e justificável.
Nesse contexto surge o radical como uma figura indispensável. Ele não tem amortecedores nem sente nenhuma necessidade de aparar arestas ou cantos vivos. Só sabe distinguir se o que vê está conforme ou não conforme suas concepções. E a partir daí toma suas decisões e age.
O radical é, nessa minha versão benigna, o palhaço, que expõe as verdades mais cruas com uma piada; o bobo da corte, que não se constrange, em meio a muitos que fingem não ver, em gritar que o rei está pelado.
Nesse sentido, os radicais exercem um papel importante na política ao forçar a movimentação do staus quo. Seu inconformismo com determinadas situações ou condições da sociedade acaba influenciando profundamente a todos e provocando importantes inovações sociais.

Radical: a receita de um

Radical, radix, raiz, fundamento.
Pegue uma mente simples, tosca, obtusa, rombuda. Ela será violentamente aversa a complexidades, nuanças, sutilezas. Sua construção geralmente comporta apenas dualidades, dicotomias, bi-polaridades. A intolerância com o que desafia suas concepções de mundo é sua marca registrada.
Junte alguns "pré-conceitos" simplificadores de questões absolutamente complexas do nosso cotidiano como ética, moral, política e religião. Misture ambos num ambiente tenso de crise, sob influência de agitadores que sabem agitar essa mistura com a dose certa de energia e propaganda.
Pronto! Temos um radical prontinho. Muitos o conhecem também como fundamenlista.
Ele é uma força da natureza. Não tem nenhuma dúvida, só certezas.
Com os incentivos certos será capaz de matar um, dez, cem, milhões. Jamais terá um segundo de incerteza ou um ataque de consciência pesada.
O Brasil está cheio de gente se comportando de maneira radical no campo político, mas crê-se que um pouco de argumentação baseada na lei e na racionalidade retirará paulatinamente o apoio que os líderes tem recebido de uma massa de pesssoas que são na verdade apenas enganadas por falsos profetas.

domingo, 25 de junho de 2017

Esquerda no poder e a grande decepção

A esquerda brasileira viu seus sonhos revolucionários frustrados em 1964. Passou as décadas seguintes sem a possibilidade de acessar o poder e aproveitou o tempo para se infiltrar na consciência da nossa sociedade com grande competência, de modo que o brasileiro médio, hoje, mesmo que não se identifique inteiramente com o ideário de esquerda, se envergonharia de defender abertamente pontos de vista liberias ou conservadores.
Depois da redemocratização a esquerda finalmente conseguiu chegar ao poder, pela via democrática, sem revolução. E foi a enorme decepção que vivemos até o presente momento. O que houve? Como explicar?
Na verdade não é tão difícil compreender. O discurso sedutor do ressentimento e da vitimização social, dos muitos direitos (sem nunca mencionar obrigações e responsabilidade individual), é apenas um conjunto de boas intenções ou de quimeras, sem correspondência com o mundo real.
Na vida real, um governo democrático administra um orçamento limitado e tem que fazer opções e priorizar onde vai investir o recurso público. Aí começa a ficar claro que nem todas as utopias são realizáveis e as promessas começam a ser esquecidas.
Não é por outra razão que o ideário de esquerda é incompatível com a Democracia. Um governo genuinamente de esquerda vai tentar impor a igualdade social, por exemplo. Haverá resistências, claro. Então o governo, se puder, vai empurrar goela abaixo da sociedade as medidas necessárias, como expropriação de bens. Isso, numa Democracia verdadeira, não seria aprovado pelo Congresso, o governo então poderia tentar fechar o Congresso, o que pode ser impraticável, ou pode comprar apoio dos políticos, como fez os governos do PT, com o Mensação e o Petrolão sem, contudo, jamais conseguir as maiorias necessárias para aprovar Emendas Constitucionais em temas críticos como a Liberdade de Expressão (Ley de Medios), por exemplo.

A deposição

A se julgar pelo Datafolha mais recente, combinado com o tom do noticiário dos principais veículos de comunicação do país, a disposição do PGR e a vacilação nauseante do PSDB, o governo Temer está morto e será substituído muito em breve.
Tratemos então de, a partir desta constatação, tentar discernir o que será o day after. Deposto o Presidente, Rodrigo Maia assume interinamente, com a missão de organizar a eleição indireta do seu substituto no 30º dia após a vacância... Ou não?
Bem, a eleição indireta trinta dias depois da queda do Presidente é o que ordena a Constituição Federal, essa pobre coitada que tem sido tratada como um estorvo intolerável pelo inteiro espectro político-jurídico nacional, da extrema esquerda à extrema direita. Mas, a despeito do ordenamento constitucional, é crecente o número dos que querem organizar eleições diretas já.
Então ficamos assim: depomos o presidente e mergulhamos imediatamente num período de agitação política ainda pior que o que já vivemos, com resultados absolutamente imprevisíveis na questão da melhoria ou não da organização do Estado e do governo, mas claramente previsíveis no campo da economia e da qualidade de vida dos brasileiros.
Este estado de coisas só terminará quando conseguirmos superar a divisão política atual, que nos paralisa, e aglutinar uma sólida maioria dos brasileiros em torno de um conjunto de ideias para fazer este país avançar. Que seja logo!

domingo, 11 de junho de 2017

Concursados x Eleitos

O que se discute a seguir parte do pressuposto de que a Democracia é o valor fundamental que queremos para o regime de governo do nosso país.
"Democracy is the worst form of government except from all those other forms that have been tried from time to time. (Winston Churchill)" - Democracia é a pior forma de governo, exceto por TODAS aquelas outras formas que têm sido tentadas de tempos em tempos.
Governo é um mal necessário. As comunidades humanas não se mostraram ainda capazes de se organizar e administrar os aspectos coletivos da convivência sem um direcionamento centralizado. Sendo o governo indispensável, a Democracia REPRESENTATIVA é a melhor forma que a  humanidade produziu até hoje de constituí-lo.
Tendo bem assentado o que se definiu acima, fica definitivamente esclarecido que somente os representantes ELEITOS têm LEGITIMIDADE para exercer o poder em nome dos representados.
Vivemos no Brasil desde a eleição da senhora Presidenta, momentos de grande turbulência política, gerada pelo caos econômico a que ela nos conduziu combinado com as revelações assustadoras das entranhas do nosso sistema político pela Lava-jato. Nesses momentos muitos se desesperam e se tornam presas fáceis para ideias e movimentos oportunistas que prometem "purificar" e "sanear" o país.
O que vemos muito claramente? Gente defendendo abertamente a adoção de medidas ilegais para "sanear" a política, para "limpar" o país da corrupção. Servidores concursados, que são empregados públicos, com funções definidas em lei, querendo tomar para si o poder político. Extrapolando suas funções para, com o apoio escancarado de parte importante da imprensa e da opinião pública, consranger e intimidar os políticos eleitos, legítimos detentores do poder popular, pelo menos enquanto não se revogue a Democracia.
É hora da sociedade reagir e mostrar claramente que queremos justiça, queremos reparação pelos danos causados ao erário público e corruptos devidamente processados e punidos, na medida da sua culpa. Mas, acima de tudo, queremos viver numa Democracia representativa de fato e de direito, onde o poder vem do povo através do voto. Por piores que sejam os representanetes eleitos pelo povo, de quatro em quatro anos eles nos prestam contas e são ou não reconduzidos, pela vontade do eleitor. Essa opção é bem melhor do que sermos dirigidos por funcionários com cargos vitalícios, que prestarão contas apenas as suas guildas sindicais, quando muito.

sábado, 3 de junho de 2017

Questão fundamental IV

E o povo com isso?

Bom, verificado que justiça não é bem o que se busca, veja os exemplos magníficos de Sergio Machado e família e do inacreditável Joesley e família, voltamos à nossa tese de que se trata pura e simplesmente de uma luta pelo poder.
Essa luta é de elites. Trava-se em Brasília, mas os lados são apoiados por gente da própria elite que tem muito a ganhar e pouco a perder.
O povaréu assiste a tudo sem compreender o que se passa e é direcionado para este ou para aquele lado, conforme suas afinidades instintivas, como sempre foi. Mas é o povaréu que sente na pele os efeitos danosos da confusão instalada no país sobre a economia e pagará o preço dos desatinos dos poderosos.

Questão fundamental III

A luta pelo poder

O que se vê no Brasil hoje, muito claramente, é uma luta pelo poder. Especialmente no plano federal.
O Ministério Público Federal, partes importantes do judiciário e da Polícia Federal, decidiram que são os Puros da República e resolveram fazer a sua revolução, expurgando o país das pessoas que foram eleitas por nós, povo ignorante e incompetente, que elegemos e depois depusemos Dilma.
Esses bravos, que representam apenas a si próprios, só podem fazer isso porque contam com apoio maciço das esquerdas, de parte importante da imprensa e da dita "intelectualidade" e, LAMENTAVELMENTE, de muitos dos milhões que foram às ruas para depor Dilma e o PT.
Acontece que muitos dos sedizentes direitistas liberais que se diziam cansados de tantos desmandos, agora apoiam entusiaticamente outros desmandos em nome da justiça, sem perceber que estão apoiando um lado ilegítimo para tomar para si o poder que deveria ser popular.

Questão fundamental II

Estado de direito x Linchadores

A lei penal é cheia de garantias e ressalvas para tentar proteger o indivíduo porque na verdade é uma luta desigual. Seja lá o que for que o cidadão tenha feito, na hora da verdade, no julgamento, um indivíduo se apresenta basicamente sozinho, com o risco de seu destino, sua liberdade e, em última análise, sua própria vida, contra o Leviatã. Esse monstro é o estado, com seus promotores, suas polícias, seus juízes e sua opinião pública enfurecida.
Pense nisso por um instante. Eu, se algum dia tiver que estar no papel de acusado num processo penal, vou querer que todas as letras e todas as vírgulas da lei sejam observadas para que nenhum erro, mal intencionado ou não, me leve a pagar uma pena indevida.
Imagine o que é não ser mais capaz de decidir nem a que horas você vai dormir ou acordar, o que vai comer. Não poder conviver com os seus. Não poder ir aos lugares a que quer ir, sendo que te impuseram isso e você é inocente!
Bom, o processo legal é lento e formal por isso. Para minimizar o risco do indivíduo inocente ser esmagado pelo Leviatâ.
Os linchadores impacientes se exasperam com essa lentidão e querem logo cortar cabeças, mesmo que baseados em evidências circunstanciais, ainda que de origem fraudulenta.
Se, depois, descobrirem que cometeram um erro e cortaram a cabeça de um inocente, mudam de assunto, arrumam uma desculpa e vão à busca de outra vítima para acusarem.

Questão fundamental I

"CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

TÍTULO I

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição."

O parágrafo único do artigo primeiro da nossa Constituição afirma que todo poder emana do povo, por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, sob certas condições. Bom, nossos representantes eleitos, no plano federal, são o Presidente da República, os Senadores e os Deputados Federais.
Nossos políticos não são grande coisa, isso é mais do que certo, mas são nossos representantes eleitos. NÓS, os eleitores brasileiros, os elegemos.
Desrespeitar a Presidência da República ou qualquer das Casas do Congresso Nacional é desrespeitar o único e legítimo detentor do poder da República Federativa do Brasil, o povo.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Políticos lesos


A força-tarefa da lava-jato conseguiu construir uma narrativa em que aparece como a grande novidade para salvar o Brasil de si mesmo e acabar definitivamente com a impunidade dos poderosos. Essa onda moralizadora encanta a maior parte da imprensa e um sem número de cidadãos, de modo que a força-tarefa goza de influência enorme na opinião pública.
Esse apoio grande da sociedade, que a princípio parecia uma garantia de sucesso para a operação, à medida que a blindou de reações dos poderosos atingidos pelas denúncias, acabou se transformando em instrumento para o atingimento de objetivos políticos e ilegítimos.
Exemplos: agora a força-tarefa quer ditar que legislação o Congresso pode ou não pode aprovar, quer que aceitemos pacificamente abusos evidentes de autoridade como instrumentos legítimos de investigação, critica abertamente decisões de tribunais superiores que contrariem seus postulados.
Ora, o Judiciário e o Ministério Público tem poder político inegável, mas juízes e promotores não tem legitimidade - pela simples razão de que nenhum deles recebeu um mísero voto de um único cidadão - para sair impondo decisões ao Legislativo ou ao Executivo, a menos que decorrentes de processos legais devidamente tramitados. 
Nossa classe política está sendo rapidamente dizimada por um grupo de funcionários concursados que se auto designou para a missão de fazer a revolução neste país. E o pior é que a tarefa está sendo facilitada pelos próprios políticos.
Ao invés de se unirem para enfrentar a fúria dos sem votos que querem impor suas convicções na base do grito e do abuso de autoridade, os políticos não entendem a natureza do jogo, se dividem e fazem o possível para fragilizar seus adversários atacados, de maneira que as vítimas são abatidas numa velocidade e com uma facilidade inacreditável.
Mais cedo ou mais tarde a classe política terá que compreender que suas facções podem e devem manter as divergências em tudo que diga respeito ao jogo político da disputa pelo poder, mas devem se unir fortemente quando se tratar de defender suas instituições e suas prerrogativas. Ou será extinta com todo merecimento.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

O fim do Mundo (de novo!)

Bom, 18 de Maio de 2017. Lá vamos nós outra vez, 207 milhões de brasileiros (IBGE), correndo velozmente rumo ao desconhecido. Desconhecido, no sentido de que não se pode advinhar o que pode ser o Brasil depois de mais essa turbulência, mas mais ou menos conhecido no sentido de que podemos apostar com razoável grau de certeza de que daí não virá coisa boa, especialemente para os mais pobres. Sempre eles pagando o pato!
Vejamos: a imensa maioria dos brasileiros, eu chutaria precisamente uns 190 milhões, tem apenas uma ideia nebulosa e imprecisa de que, para variar, está havendo uma imensa roubalheira neste país onde se rouba desde sempre. Sendo que talvez dessa vez seja um pouquino diferente, pelo tanto que o assunto é repetido na TV, no rádio e nas redes sociais. Essa imensa parcela da sociedade se dividirá em dois ou três grandes blocos, fundamentados em alguns valores básicos e instintivos, que irão nessa ou naquela direção, conforme a capacidade de comunicação e de convencimento das diversas facções disputando o poder.
Dos 17 milhões de pessoas restantes (não me falem em precisão dos números, aqui são apenas uma base de raciocínio), dois terços ou mais conseguem distinguir na névoa da ignorância e do preconceito, algumas figuras como Partidos Políticos, Políticos, poderes constituídos (Executivo, Judiciário e Legislativo), empreiteiras, meios de comunicação, juízes, Ministério Público, doleiros, etc. Não conseguem, entretanto, ter clareza dos mecanismos de funcionamento e de articulaçao entre todas essas figuras que consegue enxergar. Então esse grupo também se fragmentará e seguirá instintivamente a facção de sua afinidade.
Já os bariseliros restantes, 4 ou 5 milhões?, que tem um conhecimento mais aprofundado do que está acontecendo, de quem são os atores em cena e de quais os instrumentos cada grupo usa para atingir seus fins, bem, nesse caso são eles próprios os atores principais de cada facção e tem seus interesses a defender e os defenderão, a todo custo, pouco importando os custos que a grande maioria amorfa terá que absorver. Esse pequeno grupo de brasileiros sabe que, haja o que houver, quando a tempestade passar e a névoa se evaporar, eles continuarão onde sempre estiveram, mesmo que milhões e milhões de conterrâneos tenham sofrido grandes perdas.
Quem viver, verá.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Ainda sobre a bazófia

Bom, como previsto aqui, a invasão de Curitiba pelos Vermelhos em 10 de Maio de 2017 foi muito aquém do que apregoavam os Generais dos exércitos de Lula, CUT, MTST e MST. Mas eles não se dão por vencidos. Já anunciam nova data para promover o caos e botar abaixo a República.

Não conseguirão fazer nada. O povo já os abandonou faz tempo. Só tem mesmo o apoio dos chupins de sempre, em luta desesperada por uma teta que os livre da necessidade de ganhar o sustento com trabalho honesto.

domingo, 7 de maio de 2017

A bazófia do fim do mundo (de novo!)

Desde que cairam em desgraça perante a opinião pública os "companheiros" deram para ameaçar o país com o caos toda vez que se veem a beira de nova derrota ou de cair um pouquinho mais fundo no seu poço de desgraças.
Em todas as ocasiões anteriores o que se viu foi o fiasco, com a comparecimento de apenas uns poucos gatos pingados, financiados (Mortadelas), pertencentes às comunidades de mamadores profissionais, como MST, MTST, CUT, etc.
Desta vez não será diferente. Estão ameaçando invadir Curitiba na próxima Quarta (10/5) com 50.000! - vagabundos? desocupados? - para garantir na marra que seu máximo Guru seja inocentado na Justiça, independentemente do que mostrem os fatos e as provas. E ameaçam: ai de Moro se se atrever a condenar Sua Sumidade.
Veremos. A aposta aqui é de que não passará de 5000 o número dos que ousarão mostrar as caras por lá, todos patriotas verdadeiros e mui amigos do povo.