terça-feira, 5 de março de 2019

Governo Bolsonaro - por enquanto nenhuma surpresa

Governo Bolsonaro - por enquanto nenhuma surpresa


E o povo, frustrado e irado pelos desmandos e incompetência dos péssimos governos eleitos nas últimas décadas, induzido largamente pelo espírito linchador da Lava-Jato, resolveu "virar a mesa" e dar uma lição nos políticos tradicionais, movimento que, tudo indica, vai punir mais severamente o próprio povo, para não variar.
As razões para a ira existiam, claro. Governos populistas liderados pelo PT deixaram um rastro de estagnação econômica, esfarelamento das instituições da Democracia e corrupção, tudo isso num contexto em que o mainstream do pensamento do país, com jornalistas, artistas e elite acadêmica unidos no apoio incondicional às esquerdas a despeito de quaisquer barbaridades que fizessem.
A Lava-jato começou como uma estratégia urdida por Sergio Moro para finalmente conseguir levar alguns poderosos para a cadeia. Após várias operações fracassadas, onde figurões pilhados em casos de corrupção eram rapidamente postos em liberdade, nosso juiz calculista imaginou um plano amplo, onde se uniu ao MPF, à PF, ao COAF e à RFB para montar os processos espetaculares que se baseiam sempre no atropelamento de garantias constitucionais para aprisionar suspeitos e forçá-los a delatar outros, tudo isso ancorado num competente plano de comunicação para conseguir apoio popular para seus linchamentos que visavam, sempre, ao trancafiar doleiros e executivos larápios de estatais e de empreiteiras, atingir os políticos. A política e os políticos tradicionais sempre foram o alvo principal. A operação lava-jato sempre foi um projeto de poder. Bingo, boa parte da imprensa aderiu, divulgando amplamente os seus feitos e jamais questionando os seus métodos. 
O povo, assistindo ao espetáculo onde os grandes culpados por todos os nossos males, segundo a Lava-jato e a imprensa, eram severamente punidos, formou a barreira de contenção a qualquer crítica e a qualquer questionamento, permitindo a destruição quase completa da classe política mais influente e mais apta ao exercício do poder.
Como em política não existe vácuo, com o amplo desprestígio dos partidos e dos políticos tradicionais, cresceu uma onda pela "renovação", que culminou na eleição de Bolsonaro e mais uma penca de "novidades". Após apenas dois meses de observação das "novidades" no Planalto, no Congresso Nacional, no Rio de Witzel e em Minas de Zema, já dá para cravar que o povo deu um golpe fortíssimo, no povo!

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