sábado, 2 de maio de 2020

A radicalização da Política e a morte

A experiência de escrever num blog se mostra muito interessante porque a gente consegue resgatar as próprias ideias tempos depois e verificar se o que pensávamos antes ainda faz sentido ou não.

No dia 01 de Julho de 2017 eu escrevi três pequenos textos (aqui 1aqui 2 e aqui 3) descrevendo o agente político radical, a sua importância para forçar o surgimento de inovações nas sociedades, por seu inconformismo e sua atitude disruptiva, mas mostrando, por outro lado, o perigo que ele representa, na medida em que a disrupção que ele sempre busca pode sair de controle e causar enormes danos, incluindo banhos de sangue, dos quais a História esta cheia de exemplos.

Revendo esses textos após três anos, vejo que continuo acreditando nas mesmas ideias e constatando que nos dias atuais correntes radicalizadas estão, se não ainda no controle, exercendo grande influência  na política internacional, notadamente, partindo do mais próximo para o mais distante, no Brasil, nos EUA, no Reino Unido, na Italia, na Hungria, dentre outros.

O que se vê, então, é que há uma onda internacional crescente de insatisfação e radicalização, que já avançou bastante em alguns países. Se trata então de um fenômeno social internacional, mas não global, porque não afeta de modo igual todos os países. A crise pandêmica (que atinge o mundo todo) que vivemos oferece uma boa oportunidade de observar esse fenômeno na prática.

O comportamento radical, anti-institucional e anti-establishment, tem mostrado sua cara de modo bastante didático nessa pandemia e as sociedades onde essas tendências radicais estão mais influentes e poderosas, como as dos países nomeados acima, tem pago um alto preço em mortes de cidadãos. Mortes na maioria das vezes evitáveis, como mostram os resultados perfeitamente comparáveis alcançados pelos governos moderados, que aceitam o conhecimento científico e as recomendações dos estudiosos e tomam as medidas necessárias para proteger seus cidadãos.

Historicamente as sociedades sempre voltam para o equilíbrio, para a moderação, abandonando ou expulsando seus radicais do poder. A questão, sempre, é saber quantos corpos são necessários para aplacar a fúria e restabelecer o comando da moderação.

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