domingo, 12 de novembro de 2017

Eleição presidencial de 2018 - Exercício Mãe Dinah

Este exercício servirá para avaliar daqui a um ano o grau de clareza com que estou vendo o cenário político hoje.
Rodrigo Janot e cia conseguiram jogar a elite política do país na vala comum onde deveriam estar o PT e seus parceiros, que governaram o país sem alternância por três mandatos e meio. Ao tratar o caixa dois de campanha, uma velha e lamentável prática de nosso mundo político - mas de impacto muito menor na vida institucional do país -, com a roubalheira generalizada na Petrobrás e outras estatais, introduzida e administrada para a perpetuação do PT no poder, Janot e seus apoiadores conseguiram nivelar todo mundo por baixo.
Assim, hoje, a um ano das eleições de 2018, o cenário está bem esfumaçado, dá para ver alguns vultos se movendo na névoa densa, mas não se pode ainda reconhecê-las nem dizer a direção que seguem.
As pesquisas publicadas recentemente mostram que Lula seria eleito, se a eleição fosse hoje. Mesmo considerando-se que ele muito provavelmente estará inelegível na ocasião, parece que ele seria um eleitor importante, com seu substituto tendo grande chance de ir ao segundo turno. Assim o campo de Centro para esquerda tende a estar fechado com Lula, mesmo considerando a existência de alguma candidatura adicional, de potencial eleitoral muito menor.
Quando tentamos divisar alguma coisa do centro para a direita é que vemos a confusão, a desordem, a covardia, o oportunismo e a cegueira política.
O PMDB, partido gigante e historicamente diverso em sua composição ideológica, comportando desde esquerdistas empedernidos a liberais puro sangue, comporta também gente das práticas políticas e éticas mais diversas. Esse partido, embora tenha sido desde sempre e especialmente durante os governos petistas, um esteio da democracia (preciso explicar isso melhor em outra ocasião), é visto pela nossa intelligentsia (dominada pela esquerda de butique) como o celeiro de todos os males de nossa política. Nunca conseguiu emplacar um candidato forte. como será na próxima eleição?
O PSDB se deixou destruir passivamente. A desunião, a covardia pusilânime e o oportunismo afloraram muito rapidamente quando começou a levar os primeiros tiros da guerrilha pseudo-moralizante do PGR e o partido, que foi o maior vitorioso nas últimas eleições municipais, de forma revoltante se deixou cair no mais absoluto caos. Hoje o PSDB parece incapaz de se apresentar como alternativa viável de poder.
O resto das legendas do espectro centro-direita poderá aparecer unificado em torno de algum nome forte que surja ou fragmentado em duas ou mais candidaturas.
O que temos hoje? Bolsonaro, Alckmin, Meirelles, Huck. Esses são os nomes que circulam atualmente. Algum deles será viável? A ver, mas não creio em nenhum. A menos que Alckmin consiga o milagre de unificar seu partido.
Um político a quem pouca gente parece estar prestando atenção é Michel Temer. Ele resistiu bravamente às tentativas de deposição e certamente ganhou o respeito de muitos. Mostrou uma competência política extraordinária.Tem feito reformas importantes e os resultados começam a surgir na Economia. Todas as previsões mostram um bom crescimento econômico no próximo ano. Economia aquecida se traduz em votos a quem está no poder. Eu não o descarto como candidato forte, dependendo de quanto ele consiga reverter de sua impopularidade e do grau de confusão entre os outros concorrentes.
Temer pode ainda ser o grande articulador de uma candidatura de centro-direita. O PSDB, como partido, já praticamente se retirou da possibilidade dessa aliança com o presidente, que seria muito natural, mas não acho de todo improvável que haja uma revoada de tucanos de volta ao velho lar. Muitos líderes históricos do partido tem sido tratados a chutes e pontapés pelos cabeças pretas e ocas.
A minha aposta, então, é que a candidatura mais forte para enfrentar Lula será a de Temer ou apoiada por ele. Vamos ver.

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