sábado, 1 de julho de 2017

Lava-jato: a origem e os fins

Em 2004 Sergio Moro escreveu um artigo sobre a Operação Mão Limpas, na Itália, você pode acessá-lo clicando aqui. Lá está descrita, de forma bastante precisa, a estratégia da Operação Lava-jato.
A prisão antes do julgamento como elemento de pressão a forçar o criminoso do colarinho branco a buscar meios de atenuar sua pena, como a confissão e a delação premiada. A busca do apoio da opinião pública através dos vazamentos para a imprensa, a deslegitiização dos políticos eleitos, a legitimizção dos funcionários concursados (juizes e promotores) através do apoio direto da população.
Lendo o artigo parece que tudo faz sentido e que está descoberto o caminho para finalmente começarmos a combater para valer os crimes dos bacanas, os crimes do colarinho branco.
Doce ilusão. Quano ficou claro que as expansões interpretativas (abusos, na verdade) necessárias para fazer aquelas prisões preventivas sem as quais as delações premiadas nunca ocorreriam poderiam ser usadas sem grandes solavancos nos meios legais ou sociais, uma vez que havia grande apoio da imprensa e de grupos radicalizados nas redes sociais, não tardou para que uma Operação inicialmente voltada ao cambate à corrupção se tornasse uma Operação voltada para a destruição da Democracia e tomada do poder por uma casta de  concursados.
A classe política que sobreviveu aos ataques  está visivelmente acovardada e acuada. A reação mais visível e enérgica no momento está na Presidência da República e no STF, onde uma minoria mínima parece ter se insurgido de forma definitiva para barrar a barbárie.
A ver os desdobramentos nas próximas semanas.

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