sábado, 15 de julho de 2017

O fator Rede Globo

 “Vamos enfrentar a denúncia não só pelo Michel, mas pela política”. (Fábio Ramalho (PMDB-MG) na Folha de São Paulo).
A adesão das Organizações Globo à estratégia de destituição do Presidente da República parece ter tido o efeito exatamente contrário ao pretendido. Os políticos que estavam acovardados observando quietos a sucessão de absurdos perpetrados pelo PGR e companhia no episódio das gravações do Joesley, parecem ter finalmente acordado.
Ora, há tempos ficou claro que as investigações iniciadas pela Lava-jato em Curitiba, quando transferidas para Brasília, por envolverem políticos com Foro Especial por Prerrogativa de Função, ganhavam um a nova dinâmica direcionada por outra lógica, a do PGR. Os processos de Brasília se caracterizam por caírem no esquecimento quando tratam de certos políticos e por tramitarem à velocidade da luz quando tratam de outros. A coisa se dá de tal forma que o partido que governou o país durante todo o período do Petrolão quase não é mencionado mais, enquanto outros, incluindo o seu maior opositor, comem o pão que o diabo amassou. Tudo isso com o apoio entusiasmado de parte importante da imprensa.
Ficava cada vez mais claro também que alguns procuradores, delegados e juízes resolveram tomar para si, autorizados ou eleitos por ninguém, a missão de destruir a política e a classe política, sem que nunca soubéssemos com o que  iriam substituí-la. E esse projeto andou, muitos políticos estão aparentemente com suas carreiras definitivamente destruídas, mas a entrada da Globo em cena, com sede de sangue, desagradou intensamente boa parte da sociedade e parece ter despertado algum brio no nosso Poder Legislativo na semana que passou, permitindo algumas vitórias significativas ao governo.
Que assim seja. Somos mais de 200 milhões de brasileiros, na dá para aceitar que as Organizações Globo ainda se achem capazes de derrubar Presidentes. 

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