domingo, 25 de junho de 2017

Esquerda no poder e a grande decepção

A esquerda brasileira viu seus sonhos revolucionários frustrados em 1964. Passou as décadas seguintes sem a possibilidade de acessar o poder e aproveitou o tempo para se infiltrar na consciência da nossa sociedade com grande competência, de modo que o brasileiro médio, hoje, mesmo que não se identifique inteiramente com o ideário de esquerda, se envergonharia de defender abertamente pontos de vista liberias ou conservadores.
Depois da redemocratização a esquerda finalmente conseguiu chegar ao poder, pela via democrática, sem revolução. E foi a enorme decepção que vivemos até o presente momento. O que houve? Como explicar?
Na verdade não é tão difícil compreender. O discurso sedutor do ressentimento e da vitimização social, dos muitos direitos (sem nunca mencionar obrigações e responsabilidade individual), é apenas um conjunto de boas intenções ou de quimeras, sem correspondência com o mundo real.
Na vida real, um governo democrático administra um orçamento limitado e tem que fazer opções e priorizar onde vai investir o recurso público. Aí começa a ficar claro que nem todas as utopias são realizáveis e as promessas começam a ser esquecidas.
Não é por outra razão que o ideário de esquerda é incompatível com a Democracia. Um governo genuinamente de esquerda vai tentar impor a igualdade social, por exemplo. Haverá resistências, claro. Então o governo, se puder, vai empurrar goela abaixo da sociedade as medidas necessárias, como expropriação de bens. Isso, numa Democracia verdadeira, não seria aprovado pelo Congresso, o governo então poderia tentar fechar o Congresso, o que pode ser impraticável, ou pode comprar apoio dos políticos, como fez os governos do PT, com o Mensação e o Petrolão sem, contudo, jamais conseguir as maiorias necessárias para aprovar Emendas Constitucionais em temas críticos como a Liberdade de Expressão (Ley de Medios), por exemplo.

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